quarta-feira, 22 de agosto de 2007

AGENCIAMENTOS COM OUTROS CARTÓGRAFOS III

PROPOSTA CONSTRUÍDA PELO PROF. DR. ANDRÉ PARENTE[1]:

Para este autor há dois caminhos de criação; duas estéticas. É necessário identificar o caminho escolhido pelo criador.

· a estética da opacidade: você cria uma imagem que vai valer como imagem e vai manter o espectador à distância, vai criar um processo de distanciamento em relação ao espectador.

· a estética da transparência: você cria uma imagem que vai trazer o espectador para dentro da imagem.

As análises das obras, como portadores de possíveis filiações a qualquer uma das estéticas, dão aquelas, o reconhecimento como obras de criação artística, muito embora, de dimensões estéticas diferenciadas, esclarece Parente:.

Nos dois casos, pouco importa se você escolhe uma via ou outra, a imagem vai atribuir um lugar para o espectador. Neste caso, o espectador não é mais apenas o espectador sujeito do conhecimento; sujeito que vê a imagem com os olhos do espírito da razão, que seria um sujeito, digamos, ainda da arte neoplatônica, mas já seria um sujeito carnal mesmo, um sujeito que olha com o olho do sensível. Uma obra - ou uma imagem - não é pré-determinada, acabada, em relação ao espectador, (...) há uma interação entre o espectador e a obra de tal forma que a obra e o espectador só vão existir a partir da relação que se estabelece. (http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-71822004000200002&script=sci_arttext&tlng=pt acessado em 18/01/06)

[1] André Parente é doutor em cinema pela Universidade de Paris VIII, onde estudou (82-87) sob a orientação de Gilles Deleuze. Em 1987 torna-se professor da UFRJ, onde funda o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-imagem).

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